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A cidade de Kigali tornou-se assim numa espécie de “meca” do basquetebol africano e não tarda terá frutos também do ponto de vista desportivo.
Kigali é a capital e maior cidade de Ruanda. É perto do centro geográfico do país numa região de colinas onduladas, com uma série de vales e cristas unidos por encostas íngremes. A cidade tem sido o centro económico, cultural e de transporte de Ruanda desde que se tornou a capital após a independência do domínio belga em 1962.
Numa área controlada pelo Reino de Ruanda desde o século XVII e depois pelo Império Alemão, a cidade foi fundada em 1907 quando Richard Kandt, o residente colonial, escolheu o local para sua sede, tendo em conta a sua localização central, vista e segurança.
Comerciantes estrangeiros começaram a negociar na cidade durante a era alemã, e Kandt abriu algumas escolas administradas pelo governo para alunos tutsis ruandeses. A Bélgica assumiu o controlo do Ruanda e Burundi durante a Primeira Guerra Mundial, formando o mandato de Ruanda-Urundi . Kigali continuou a ser a sede da administração colonial de Ruanda, mas a capital de Ruanda-Urundi ficava em Usumbura (agora Bujumbura).
Burundi e Kigali continuaram sendo uma pequena cidade com uma população de apenas 6.000 na época da Independência. Kigali cresceu lentamente nas décadas seguintes. Não foi inicialmente afectado directamente pela Guerra Civil de Ruanda entre as forças do governo e o rebelde Frente Patriótica de Ruanda (RPF), que começou em 1990.
No entanto, em Abril de 1994, o presidente de Ruanda, Juvénal Habyarimana, foi morto quando o seu avião foi abatido perto de Kigali. A sua morte foi seguida pelo genocídio de Ruanda , com Hutuextremistas leais ao governo interino, matando cerca de 500 mil a 800 mil tutsis e hutus moderados em todo o país. O RPF retomou a luta, encerrando um cessar-fogo de mais de um ano. Gradualmente, foram assumindo o controlo da maior parte do país e tomaram Kigali em 4 de Julho de 1994.
Após o genocídio, Kigali experimentou um rápido crescimento populacional, com grande parte da cidade reconstruída. A cidade de Kigali é uma das cinco províncias de Ruanda, com limites definidos em 2006. É dividida em três distritos – Gasabo , Kicukiro e Nyarugenge – que historicamente controlavam áreas significativas de governança local. As reformas em Janeiro de 2020 transferiram muito do poder dos distritos para o conselho de toda a cidade. A cidade também abriga a residência principal e os escritórios do Presidente de Ruanda e a maioria dos ministérios do governo. O maior contribuinte para o Produto Interno Bruto de Kigali é o sector de serviços, mas uma proporção significativa da população trabalha na agricultura, incluindo a agricultura de subsistência em pequena escala. Atrair visitantes internacionais é uma prioridade para as autoridades da cidade, incluindo turismo de lazer, conferências e exposições.
É neste quesito que o mundo assiste a uma projecção da imagem do Ruanda na arena internacional. “VISIT RUANDA” é hoje uma marca que vemos em produtos como camisolas de equipas da Liga Inglesa (Arsenal) ou francesa (PSG) ou em eventos de impacto internacional, mostrando um país verdadeiramente aberto ao turismo.
O basquetebol, que do ponto de vista da história não é propriamente uma modalidade com grandes referências por estas bandas, passou a fazer parte desta estratégia de marketing do país de Kagame, que que parece saber bem o que quer ao investir milhões em imagem e reputação internacional, buscando catapultar-se no que respeita a suas metas sectoriais e estratégicas.
Ao investir mais de 100 milhões de dólares (104 milhões, para sermos mais precisos) na construção de um super-estádio, a quem foi atribuído o nome de “Arena de Kigali”, os ruandeses posicionaram-se e juntaram à excelente infraestrutura com capacidade para 10 mil espectadores, um acordo com a NBA, permitindo estrear a Basketball African League (BAL), capitalizando em imagem e receitas de turismo.
Aliás, não foi por acaso que o Presidente Paul Kagame levou o seu homólogo gaulês Emmanuel Macron a assistir na bancada a uma partida dos quartos-de-final da BAL, em que o Patriots BBC, representantes do país anfitrião, defrontaram e venceram os moçambicanos do Ferroviário de Maputo.
Depois da BAL, em que o Petro Atlético de Luanda, campeão nacional em título, ficou em 3º classificado, a Arena de Kigali, que além de jogos é também um local de eventos desportivos, apresta-se a acolher a mais fina flor do basquetebol africano, desta feita a nível de selecções nacionais, com o AFROBASKET’2021 depois de ter acolhido o campeonato africano de sub-16 em femininos.
A cidade de Kigali tornou-se assim numa espécie de “meca” do basquetebol africano e não tarda terá frutos também do ponto de vista desportivo. A ver vamos!