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A Selecção Nacional foi convocada e o poste Bruno Fernando, o primeiro angolano a ingressar na NBA, é apontado como a principal referência no combinado que estará nos próximos 4 meses às ordens do espanhol Josep Clarós.
O afición do basquetebol angolano vê nessa chamada de Bruno à Selecção que vai disputar o Torneio Pré-Olímpico em Kaunas (Lituânia) e o Afrobasket, em Yaoundé (Camarões), como uma excelente oportunidade para mostrar ao mundo o seu valor, numa altura em que as coisas não estão nada fáceis para o atleta angolano.
A nação basquetebolística angolana espera que essa nuvem negra na carreira de Bruno venha a desaparecer rapidamente, começando por actuar novamente pela Selecção e quem sabe desta vez possa lidera-la nos dois principais compromissos internacionais da equipa nacional.
Menos espaço na equipa
É que faz algum tempo que Bruno vem perdendo espaço na equipa. Prova disso é que esta época, o Atlanta Hawks quase foi reduzido a apenas um elemento em condições de ir a jogo, tudo por conta de uma onda de lesões que assolou o plantel. Mas isso em nada ajudou o nosso Bruno Fernando, que vai no seu segundo ano na maior liga de basquetebol do mundo, defendendo as cores dos Hawks, especialmente depois de Nate McMillan ter assumido o comando da equipa técnica da franquia, em substituição de Lloyd Pierce.
Sob a batuta de McMillan, dos 26 jogos disputados pelos Hawks Bruno Fernando fez apenas 10 jogos, com média de apenas 3,2 minutos. Com excepção do jogo com os Orlando Magic, pouco antes do intervalo do All-Star, as aparições de BF foram apenas por segundos.
A questão é: por que será que num segundo ano que se adivinhava tão promissor para o poste defensivo angolano, ele só consegue de McMillan alguns minutos de tempo naquele período que já praticamente tudo foi jogado. Curto e grosso, o especialista em NBA Mattew Hallett responde: “ele não é bom o suficiente ofensivamente para entrar na quadra”.
Efeito Clint Capela
Entretanto, o problema parece ser ainda mais grave. É que os Hawks passaram a contar com os serviços de um dos melhores executantes nessa área de jogo que é nada mais nada menos que Clint Capela, 26 anos, filho de mãe angolana e pai congolês, nascido na Suiça. Ele lidera a NBA em ressaltos e é o terceiro em tampões. Capela vem apresentando números históricos ao longo da temporada e será um grande factor nos playoffs, especialmente como defensor das tabelas.
Antes de McMillan assumir, Fernando estava a lutar com o novato Onyeka Okongwu pelos minutos de reserva. No entanto, graças à conexão que Okongwu desenvolveu com Lou Williams no pick and roll, passou a absorver praticamente todos os minutos de backup significativos.
Talento ofensivo
John Collins tem demonstrado maior capacidade de evolução ao aprender com Capela, entrando aos poucos no jogo mais próximo do aro. Danilo Gallinari também joga por vezes um papel semelhante, o que significa que todos os minutos que poderiam ter passado para Fernando, estão a ser tomados por jogadores com maior talento ofensivo.
O que de forma abrangente mostrou aos fãs que Fernando não é confiável para minutos que não sejam junk-time foi durante o jogo contra o Miami Heat. Capela estava fora, Okongwu tinha começado e as rotações funcionaram. Apenas Gallinari estava na quadra das rotações do grande homem. Defensivamente, McMillan colocou Solomon Hill a cinco. Bruno não saiu do banco.