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Por António Martinho*
A motivação para passar a gerir carreiras de atletas de basquetebol, veio da minha experiência enquanto atleta de alta competição, durante 10 anos. Procurarei deste modo abordar as principais condicionantes da carreira de um atleta e tentando compreender formas eficazes de gerir uma carreira de sucesso, a nível desportivo, pois é este o sentimento que motivou-me a procurar atletas de tenra idade com o objectivo de ajudá-los a desenvolver enquanto homens.
O caso prático relevante que aqui apresento, é o de um atleta meu, actualmente contratado por um dos maiores clubes de basquetebol angolano, a quem foram negadas várias hipóteses de se afirmar em várias equipas onde havia passado, ainda nas classes de formação, por alegadamente não ter tido um percurso desde cedo, o que na opinião dos treinadores contestantes, levaria muito tempo a conseguir resultados palpáveis e credíveis.
O modelo adoptado por mim, para conseguir resultados, é o modelo familiar em que o Pai, ex-atleta e praticante da modalidade, serve de modelo para motivar o filho, filho este cujo objectivo é ser e crescer mais que o pai.
Como exemplo nos Estados Unidos podemos apontar 11 casos de sucesso abaixo:
1 – Dell Curry e Stephen Curry
2 – Rick Barry e Brent Barry
3 – Joe Bryant e Kobe Bryant
4 – Mychal Thompson e Klay Thompson
5 – Tim Hardaway e Tim Hardaway Jr
6 – Jimmy Walker e Jalen Rose
7 – Ernie Vandeweghe e Kiki Wandeweghe
8 – Dolph Schayes e Danny Schayes
9 – Stan Love e Kevin Love
10 – Arvydas Sabonis e Domantas Sabonis
11 – Tim Hardway e Hardway Jr.
Em Angola, posso confirmar o sucesso que os filhos do ex-Atleta Garcia Domingos (Tárcio e Fábio), bem como dos filhos de Jean Jacques da Conceição (Leandro da Conceição e Sílvio de Sousa) e o de Manuel Silva Gi (Gil Silva).
Em Portugal, posso confirmar que o filho de Carlos Lisboa (Rafael) estrela que despontou no Benfica de Lisboa, tem alcançado.
Deste modo, e com fundamento em factos científicos aprendi que, o planeamento de carreira é um processo individual que envolve a avaliação das aptidões, interesses, a análise das oportunidades de carreira, a definição de objectivos de carreira do indivíduo e o planeamento de acções no tempo de desenvolvimento, pensadas como forma de atingir um objectivo (Newell, 1995).
A gestão de carreiras é geralmente da responsabilidade da organização e envolve as acções e planos propriamente ditos em termos de carreira (Hall, 1986; Leibowitz, Farren & Kaye, 1986).
Compete assim à organização integrar e conjugar os planos de carreira individuais, com as suas necessidades. Surge, pois, a necessidade de implementar gabinetes de aconselhamento e desenvolvimento da carreira, aos quais, entre outras actividades, lhes cabe implementar programas para realizar tais objectivos de forma conjunta.
O aconselhamento da carreira é encarado como uma das práticas das políticas de Gestão de Recursos Humanos, cujo objectivo se centra no desenvolvimento de competências individuais.
A orientação assenta no “processo de ajudar um sujeito a desenvolver e a aceitar um quadro integrado e adequado a si próprio e ao seu papel no mundo do trabalho, ajudando-o a avaliar o auto-conceito e adequando-o à realidade, de modo a obter satisfação para si próprio e para a sociedade” (Super, 1951, cit. por Duarte, 1993).
Em resultado do acima exposto, podemos concluir que cada indivíduo tem as suas próprias necessidades, todavia estas precisam ser adequadas ao meio familiar, profissional e social, de modo a levar o atleta a empenhar-se e a obter a satisfação para si próprio e para a sociedade, pelo que propomos a partilhar as próximas experiências neste espaço, caso nos seja permitido.
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*António Martinho – Ex-jogador de basquetebol profissional no Futebol Clube Barreirense de Portugal. Jurista, actuando no sector do Petróleo & Gás, dedica-se a ajudar atletas angolanos construírem uma carreira consistente e bem-sucedida.